A elaboração deste texto foi motivada pela percepção de três fatos, todos com o mesmo grau importância. O primeiro é de que o conhecimento dos benefícios e das potencialidades de árvores e florestas no espaço urbano ainda é muito pequeno em nosso país, o que tem dificultado o seu uso de maneira mais intensiva, bem como a estima que a população nutre por estes elementos. Mesmo com o esforço dos (poucos) grupos que se ocupam deste setor, nos meios governamental e não governamental, os efeitos positivos destes componentes permanecem pouco conhecidos. A população, e mesmo uma fração considerável de técnicos, ainda não dispõe de meios acessíveis de divulgação a este respeito, que permitam não só o manejo adequado, como também sua valorização, proteção e acompanhamento, por parte dos habitantes. Isto explica, em grande parte, a ênfase. Dada na obra a estas potencialidades. Ainda causa surpresa a descoberta de todos os efeitos que a cobertura arbórea pode gerar para a qualidade de vida nestes centros e as evidências científicas mais recentes, ligadas por exemplo à saúde mental, confirmam isto de forma contundente. Neste caso, desconhecer é desperdiçar potencialidades. O segundo se refere à constatação de que este tema está atravessando um debate fico no Brasil isto deverá ter conseqüências importantes para a sua condução no futuro. O assunto tem uma natureza complexa e se isto for desconsiderado corremos o risco de desenvolver métodos e procedimento fragmentados e isolados de seu contexto. Árvores e florestas urbanas se constituem em elementos naturais que interagem de forma intensiva e permanente com populações humanas e com o ambiente físico biológico. Isto significa que a cobertura arbórea deve focar as diferentes especialidades ligadas ao tem sem deixar de se debruçar sobre visões mais gerais e abrangentes, integrando e incorporando áreas de conhecimento. Acreditamos que o sucesso dos trabalhos com estes elementos está associado ao diálogo entre disciplinas aparentemente distantes, como História e Arboricultura, Arquitetura e Biologia da Conservação. O debate a respeito de conceitos que permitam este diálogo ê muito importante e poder subsidiar, no futuro, estes trabalhos. Finalmente, o terceiro se refere à vivência/convivência e ao meu aprendizado nas atividades de ensino, extensão, nos projetos desenvolvidos nos municípios e bairros. Este tema passou a ser discutido nas escolas apenas nas últimas duas décadas e a disponibilidade de um texto como este poderá dar mais instrumentos para a preparação do aluno e mesmo para profissionais formados em períodos em que este a base conceitual as tema não era abordado. A preocupação em discutir atual e relações com o ambiente físico-biológico e antrópico deverão permitir outros passos adiante, com maior consistência, visando aprofundar o seu planejamento e manejo. Espero que a sua leitura traga também motivações para novas reflexões e ações mais positivas para a vida nas cidades.

Autor: Luiz Mauro S. Magalhães

ISBN: 85-85720-39-5

Ano, Pág., Peso: 2004, 74p., 195 gramas